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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

CIRURGIAS ELETIVAS, UM GRANDE DESAFIO PARA A SAÚDE PÚBLICA.

A cada dia nos deparamos com o enorme desespero e a grande necessidade das pessoas em busca das chamadas cirurgias eletivas, ou seja, aquelas sem caráter emergencial, mas que também causam grandes transtornos na vida das pessoas que necessitam desse tipo de procedimento cirúrgico pelo SUS, causando assim, sempre aquela incerteza de um atendimento de qualidade, de um socorro próximo e acessível.
Quem não conhece alguém que esteja há alguns meses e até anos em busca de um procedimento cirúrgico?
Pessoas, munícipes, vidas... que vivem em uma busca sofrida, por solucionar problemas de saúde como hérnia, histerectomia, vesícula, perineoplastia, varizes, próstata... Problemas estes, que dificultam e complicam a Vida diária em suas mais básicas tarefas, que se a gestão pública tivesse comprometimento com o bem estar e a saúde da população, poderiam ser resolvidos e evitados sem essa peregrinação dolorosa que as pessoas precisam trilhar.
Na minha opinião, infelizmente essa triste realidade se dá principalmente por total falta de interesse e despreparo das autoridades responsáveis, que permitem filas intermináveis no chamado SISREG, um sistema engessado, burocrático, que não prioriza a Vida e que tem demonstrado uma grande ineficácia, tem causado dor e sofrimento aos milhares de usuários do SUS, que não podem pagar por uma cirurgia.
Nos últimos anos, foram fechados milhares de leitos cirúrgicos conveniados ao SUS em todo país, devido principalmente a falta de interesse e parcerias com as prefeituras e a defasagem dos valores dos procedimentos na tabela do SUS, o que tornou inviável a realização desses procedimentos de uma forma que não fosse particular. Porém, grande parte destas unidades nã
o oferecem cirurgias à sua população em seus hospitais municipais e somente conduzem seus pacientes para as enormes filas do fracassado SISREG, sem uma perspectiva positiva na solução desses problemas, o que aumenta ainda mais o sofrimento da população.
Em nossa cidade por exemplo, é inadmissível, que não tenhamos ao menos um Centro Cirúrgico para atender a uma população que beira os 105 mil habitantes e que pelo menos 90% é usuária exclusiva do SUS.
Como Médica, acredito SIM, em uma saúde pública de qualidade, através de gestão responsável e comprometida, com conhecimento profundo do assunto, parcerias e humanização nos atendimentos, pois lidamos com a vida das pessoas e seu bem estar e sei que é possível SIM, oferecer a população um atendimento digno, que todas as pessoas merecem e precisam receber da gestão pública municipal.