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sexta-feira, 2 de agosto de 2019

SUS PERDE 40 MIL LEITOS EM 10 ANOS.

MAIS DE 40 MIL LEITOS DO SUS, FORAM PERDIDOS NOS ÚLTIMOS 10 ANOS EM TODO BRASIL. 

Segundo o último levantamento (2018), realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), apontou que o Brasil perdeu na última década, aproximadamente 41 mil leitos hospitalares do SUS. Em 2008 eram 344.573 e despencou para 303.185 em 2018. O que equivale a seis leitos fechados por dia durante estes últimos 10 anos. Quando nos referimos as especialidades, as que mais tiveram redução foram Obstetrícia, Pediatria, Cirurgia e Psiquiatria. 


Em meio a esta matemática desastrosa, presenciamos diariamente filas intermináveis de pacientes para realizar cirurgias eletivas, para fazer exames de imagens, retardando ainda mais o início dos tratamentos de diversas doenças e o desespero daqueles que necessitam de internações nas diversas especialidades, as gestantes, que por muitas vezes em trabalho de parto, tem que percorrer quilômetros de
distância de maternidade em maternidade para dar a luz, assim como também pais angustiados, que peregrinam para internar seus bebês e crianças doentes.

Na nossa Baixada Fluminense, a situação é ainda mais grave, segundo dados da Defensoria Pública do Rio de janeiro e do Conselho Regional de Medicina (2017), dos seus 13 municípios, apenas um apresenta condições satisfatórias de atendimento, Guapimirim. 

Segundo dados extraídos do Fundo Nacional de Saúde, a maioria das prefeituras (gestões municipais), não executam corretamente as verbas que recebem do Ministério da Saúde para o financiamento de suas unidades de saúde e seu bom funcionamento. 

Casa de Saúde Dr. Ontiveros
Como consequência de tudo isto, o que vimos foi o fechamento de diversas unidades prestadoras de serviços ao SUS em toda nossa região, principalmente de leitos de obstetrícia e Cirurgia, gerando uma grave crise em todo Estado. 

Casa de Saúde Nossa Senhora da Conceição
Em Japeri tivemos o fechamento de duas casas de Saúde a Nossa Senhora da Conceição e da Maternidade Dr. Ontiveros, ambas com aproximadamente 70 leitos cada, nas especialidades de cirurgia, obstetrícia e Clínica Médica. Nas vizinhas Paracambi e Queimados foram fechados o Hospital Evangélico e a Casa de Saúde Nossa Senhora Aparecida (já não presta mais serviços pelo SUS) e a Casa de Saúde Bom Pastor, que também atendiam nas mesmas especialidades, em Mesquita foi a vez do Hospital Escola São José, em Belford Roxo outras duas unidades, em Nova Iguaçu o Hospital Iguaçu também não resistiu e assim sucessivamente. 

Maternidade Bom Pastor
Gerando um grande colapso na saúde pública local, atualmente milhares de gestantes e outros pacientes são obrigados a sair de suas cidades em busca de atendimento na Maternidade Mariana Bulhões e Hospital da Posse em Nova Iguaçu e ao Hospital Adão Pereira Nunes (Saracuruna) em Duque de Caxias, que se encontram sempre superlotados. 

Hospital Iguassu (SIC)
Como Médica, assisto e ouço diariamente o desespero das pessoas que necessitam de atendimentos no SUS. Como cidadã tenho consciência do quanto a má gestão dos recursos públicos, transformam a todos nós em vítimas deste sistema desumano. 

As unidades que eram conveniadas ao SUS não tinham mais como se manter e honrar seus compromissos financeiros com uma tabela tão defasada como a tabela SUS (que paga por uma consulta básica ambulatorial 10 reais, por um parto cesáreo R$752,16, pelo parto normal R$669,83, por uma cirurgia da Vesícula R$ 1.178,28 e assim por diante, valores muito abaixo do de mercado), devido a toda esta problemática, milhares de Casas de Saúde, Santas Casas, clínicas de hemodiálise e Laboratórios fecharam em todo país por não poder arcar com os custos que
demandam um atendimento médico especializado e de qualidade.


Hospital Evangélico
O SUS, é um sistema que foi criado para atender a todos os cidadãos brasileiros, independentemente de sua classe social, sexo, raça, de forma universal e irrestrita e que tem servido de modelo até em outros países. Mas que infelizmente, em nosso país, tem sido gerido de forma irresponsável e pouco eficaz, por aqueles que deveriam se comprometer com o bom funcionamento da saúde pública.
Gerando todo este sofrimento a grande parte da população e também aos profissionais da saúde que trabalham, muitas vezes sob pressão e sem condições dignas para salvar vidas.


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