Quero abordar um assunto que é extremamente polêmico entre pacientes, Obstetras, Pediatras e Enfermeiros. E que a cada dia vem aumentando as discussões sobre suas consequências para as gestantes e seus bebês.

Estas casas têm como propostas a humanização da assistência ao parto normal, afim de diminuir as intervenções cirúrgicas e uso de medicações.
Em sua maioria funcionam sem a presença obrigatória dos Médicos, sendo supervisionadas por Enfermeiros Obstétricos e as chamadas Doulas (uma assistente de parto, sem formação Médica). E permitem que as gestantes tomem decisões durante seu parto.
É justamente neste ponto que tem início uma grande polêmica entre as entidades ligadas a saúde, de um lado a maior parte dos Obstetras e Pediatras consideram que as Casas de Parto não oferecem segurança suficiente para as gestantes e seus bebês, considerando-as como um grande retrocesso para a Medicina atual. Do outro lado estão entidades Paramédicas e futuras mães que acreditam, que o parto, deve ser encarado como um ato extremamente natural, de baixo risco e que somente em casos mais complicados, sejam encaminhados para Maternidades de referência.
Como Pediatra Neonatologista, acredito que ainda temos um longo caminho a percorrer neste aspecto. Pois a nossa saúde pública em geral funciona de forma muito precária, muitas gestantes não têm acesso a um pré-natal adequado, a exames de imagem que complementam uma melhor avaliação, e até a falta de conhecimento e tratamento de algumas doenças que podem ser transmitidas ainda de dentro da barriga das mães aos seus filhos, como o HIV, a sífilis e outras.
Tornado este parto muitas vezes arriscado, sendo necessária, intervenção cirúrgica e acompanhamento pediátrico imediatamente após o parto, daí a necessidade de que cada cidade tenha ao menos uma MATERNIDADE que ofereça estes serviços as suas mulheres e bebês.
Infelizmente a grande maioria das gestantes ainda sofre com problemas sociais graves, como a falta de saneamento básico, violência, sistema de transportes deficientes, desemprego e a incerteza de onde terão seus bebês de forma segura e tranquila, gerando um grande estresse para elas, ao contrário do que ocorre em outros países mais desenvolvidos.
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